sábado, 3 de outubro de 2009

Fui mas fiquei, agora permanecerei.



Ela estava longe, distante como uma luz no universo...
O caminho encurtava-se, já lhe sentia o peito a encher-se e esvaziar-se conforme o sopro de vida.
Via os lábios, de um cor de rosa tão perfeito, que faria chorar qualquer cor.
Aproximava-se cada vez mais.
Ela não se movia, era eu que corria.
Estava quase a chegar, quando flutuei no seu aroma.
Era como o carvalho humedecido pelo orvalho da manhã, fazia-me sentir livre.
Já sentia o calor emanado da sua pele.
O meu coração palpitava com uma força tal, que, se não estivesse anestesiado
talvez pensasse que estava a tentar fugir.
Ela abriu os braços.
Fiquei deliciado, sorri e corri ainda mais.
Era uma sombra, nas sombras.
Ia tocar-lhe, mas nada aconteceu, ultrapassei-a era como se ela não estivesse lá.
Ela virou-se enquanto chorava e gritava "NÃO, PORQUÊ? PORQUÊ QUE TE FOSTE SEM MIM?"
Olhava para um corpo inerte, imóvel, rijo.
Com uma cara fria e pálida, branca como cal.
Os seus olhos ficavam baços, com a cor castanha avelã a esgotar-se a cada segundo que passava.
Eram-me tão familiares.
Foi ai que o deixei de sentir. O coração que fugia. Libertou-se com a ultima batida.
Ali, estendido aos pés daquela que jamais poderia tocar outra vez, estava eu...

8 comentários:

JoanaAmorim disse...

texto muito bonito e expressivo ..
com as emoçoes a flor da pele , falas dela como uma princesa que de facto é .
Cuida bem da princessinha , ela merece.

Paula Gomes disse...

Olá Eduardo
não conhecia este seu espaço mas, cruzei-me com ele e gostei! Parabéms!
Por onde anda? Que curso está a frequentar? E a sua irmã? Bjs e muitas felicidades

Mi * disse...

Cada palavra tua é um arrepio meu!
Cada texto que leio da tua autoria, é mais um motivo de orgulho para mim, é mais uma combinação perfeita que surge no mundo!
Gostava de conseguir descobrir o pequeno cantinho onde encontras inspiração tão bela, é pena teres esse canto escondido no teu ser, é pena a inspiração ser parte da perfeição que te forma!
Nos minutos em que leio e releio as tuas reflexões, que tantas vezes já li (e nunca me canso de o fazer).
Os sentimentos surgem-te de uma forma tão pura, que nunca conseguirei descrever... Cada dor que passa nas tuas palavras é a dor que o mero leitor sente!

Edd, o teu talento é inalcançável, e nunca te esqueças disso!
Caso penses em esquecê-lo, estarei sempre aqui para to relembrar (:

<3

Mi * disse...

Desapareceu-me uma parte do comentário :o

Morri -.-

Anónimo disse...

sabes escrever, mas nao es justo naquilo que escreves.

Edd disse...

acho que para tal critica :) devia pelo menos mostrar a sua identidade, ou pelo menos comprovar o porque de eu não ser justo :o

Anónimo disse...

sabe escrever? certamente o anonimo nunca leu... os teus versos parecem recortes de um jornal! a influencia de cesário verde (a sua técnica impressionista) é clara como um virgem lençol branco. Não revelas estilo próprio e para além de erros de sintase o conteudo revela um sentimentalismo torpe. poemas muito pobres em conteudo escritos por mais um pseudo poeta para impressionar umas ignorantes julietas!

Edd disse...

Meu caro, ou lá quem tu sejas, és aquele que critica o anónimo e nem te assumes! Primeiro de tudo, Caeiro, do grande Fernando Pessoa, também ele era um burro, como indirectamente me tentas chamar. Posso escrever mal, podem ser tipo recortes de jornal, mas de facto o que escrevo escrevo com aquilo que sinto ( P.S: Cesário Verde não é de todo o meu estilo, até porque nem aprecio muito :) o realismo não é a minha ninfa ).
2o Se fores professor, se fores entendedor como pensas que és, digo-te já que estás errado. Vários licenciados/mestrados e apreciadores de arte, me elogiaram e apoiaram... Mas não fiques triste :) eu apoio a tua critica porque só me dá importância, pois sentiste-te de tal modo perturbado, ( talvez por veres que até sei escrever e a azia é de facto irritante ou talvez por estupidez própria) que o teu acto foi comentar :D isso é de facto importante. Obrigado mais uma vez :)