quinta-feira, 12 de fevereiro de 2009

Recolhe-me "Mania"


Dá-me a tua vida para me poder matar,
Estou quase morto que nem a maré baixa do mar!
Um cão a arfar!
Um turista de vida a contemplar.
Sem poder usufruir ou desejar.
Nem um grito para apaziguar!

O horizonte está perto!
Porque eu sou ele, isso é certo.
O meu corpo ilustre a descoberto
Mas ninguém o vê nem de olho bem aberto.

Não voo, nem com o vento
Tempestades deixaram de ser um contra-tempo
O caracol ficou mais lento!
Espero morrer de tempo.

Ironia, leve e sombria
Chama-me a sinfonia

Orquestra de violinos e tambores
Esquecem-se as cores

Morro sem existir
Morro sem saber o que há de vir!
Nota: Mania - deusa romana dos mortos, que é mae dos fantasmas

domingo, 1 de fevereiro de 2009

Guilhotina!

O desalmado caminha, sentindo cada pedra do seu caminho,
Condenado por ver e gostar,
Pelo toque pelo respirar,
A sua amada possessa pela tristeza entre centenas que gozam.
"Réu, a sentença foi dita"
E com nada mais se depara, a não ser com um monstro,
Onde o sol incide e não o faz mais bonito.
As suas ultimas palavras foram assumidas pelo seu ultimo choro.
Já sem esperança deita a cabeça,
Quando ouve um som, um serpentiar!
Agora está a roda!
Mais leve e sem enjoo pára em frente à triste amada.
Esta já não é o que era, a cara estava pálida como quem beijou a morte,
mas não importava, ainda a amava!
Enquanto tinha consciencia, o tremer leve dos labios,
desenhou uma palavra no ar rarefeito.
De nada se apercebeu, por nada morreu.