segunda-feira, 8 de dezembro de 2008

Natureza.


Visto cá de baixo, o céu!
E no inverno fica mais “limpo”.
As folhas rastejam até o seu derradeiro leito.
A vida esmorece perante o frio.
Mas mais nada há a não ser tudo!
E numa musicalidade contínua serpenteiam gotas
Enchendo caminhos e caminhos, sem fim!
Magoamo-la, e ela afoga-nos com o seu choro!
Rezamos para parar, somos loucos!
Mas ela o é...
até que um dia volta o dia.
E mais uma oportunidade para estragar.

domingo, 9 de novembro de 2008

Silencio Abraça-me!


O crepúsculo, uma paisagem que me observa, esta estatua envelhecida pelo tempo.
Veias de granito ou pedra qualquer, estão congeladas pela escassez de vida!
Convenço-me que a morte não vive em mim. Mas a desejo…
Venham as chuvas me desgastem!
Venham os ventos, me derrubem!
Por Terra ou por Mar, tanto me faz…
Que o silencio me abrace, que perdure.
Neste corpo nu e ilegível, olhos baços, cegos de tempo.
Chegou o FIM.
E morro ironicamente em sono!

domingo, 19 de outubro de 2008

Vagabundo


Vê o invisível, é o que não é.
Navega, terra e mar, aprende a divagar.
De porto a porto, de casa em casa, deixa uma marca!
Essa marca, é uma imagem, que vive em quem o vê.
É um desconhecido, tratam-no por forasteiro.
Mas quem conheceu o mundo de pólo a pólo foi ele.
Vive dele e ele será a sua casa.
Ninguém o quer ninguém o respeita.
Mas na sua perfeita resposta, um sorriso basta!
E segue caminho, destemido entre os temíveis barulhos, que para ele são tão companheiros!

Mas o que se passa? Porque chora ele?
O seu sorriso, morreu.
Porque dentro de uma casa tão grande, é o mais desconhecido, um mundo sem vivalma.
E de repente uma luz, um perfume que lhe encanta o olfacto.
Uma mão, com toque de seda, que lhe limpa as lágrimas.
O que viu ele?
E entre gaguejos o vagabundo disse, um ser, humano!

segunda-feira, 13 de outubro de 2008

História de uma obra!




A tinta quase gasta, salpica detalhadamente como um contorno! Já não é preta, é cinza!




A melodia tão agreste, mas suave como chuva, ouvida por baixo de folhas!




Cravadas a pancadas, estas putrefactas palavras!

Monotonia bem viva, num corpo sem vida!

Que se Rege por deuses inexistentes! Morrerá!

Um corpo sozinho,

Uma morte que não tirará uma vida!

Agora as letras estão gastas, o tinteiro acaba.



E quando não pode mais escrever, o deseja!



Ja tudo se vê preto!

Sem qualquer saliência.


Ou luta, ou resistencia.


A obra acaba!

quinta-feira, 9 de outubro de 2008

Uma escolha...


Desespero e cobardia o meu corpo e alma sentem, num precalço o meu pensamento fica branco, e dou um passo! Sinto-me tão livre, estou a voar, as lagrimas voam comigo, as mágoas soltam-se como se nada fossem, e feliz me encontro. De olhares espantados e lacrimejados sou alvo, enquanto este vento cada vez mais forte me despe as vestes junto com qualquer sentimento! Fecho os olhos, e sinto paz, mais nada! Mas a paisagem quero apreciar, e agora que olho para baixo... apercebo-me... o chão está cada vez mais perto, sinto agonia, tristeza, horror, dor, mas principalmente medo! Quero voar, quero ser feliz, mas agora que penso e tudo me é claro! O derradeiro passo dei, e agora, com uma morte certa me deparo!
...
"Para lá da morte, o desconhecido! Tal como era o mundo antes de alguem o ver ouvir cheirar e sentir! O medo do desconhecido é o medo de nós própios! A morte é uma figura de incertezas mas nem por isso é algo a temer"

A Chamada! Breve e curta Chamada!


A vida é feita de felicidade, de tristeza, e isto tudo, em sentimentos! Cada um expresso de uma forma diferente, fisicamente!Redijo este texto com um pensamento divagado, mas organizado, tentando obter uma acção cruel, mas humana! “A chamada”.Em cada suspiro, cada grito agonizante, que estremece a Terra desamparada no infinito, o desespero tal que “tais” ouvidos, incapazes e deficientes, não conseguem ouvir, são estes ”muitos dos” ouvidos humanos.Mas o problema não está nos ouvidos, mas sim em quem os tem, e não é apenas esse o sentido, a visão também - culpados, aqueles que vêem e criticam ou discriminam!O tacto. Ah! O tacto, coisa mais doce e culpada! Estes seres cruéis, que não tocam, que não sentem a pele do outro, e que acabam por desvalorizar e fazer isolar em partes aquilo que temos para conhecer, a linda e assustadora, comunidade!E quando a dor já assusta e faz parar o ser numa palidez melancólica, as cordas vocais, mas que poderosas, estas armas letais, para os “outros” ouvidos inocentes e ingénuos.Sabor, aquele, menos expresso, menos visto mas desde cedo conhecido e experimentado ao máximo, esse apenas fica entalado com o sentimento de revolta para com o “outro”.E assim se escreve por cifra de palavras que geram a incógnita que cada um verá por breves segundos depois de prestar atenção, e saberá como agir! Racismo! Já não basta estarmos isolados numa migalha do universo? Ainda nos queremos isolar de seres iguais! Chega disto, prefiro ficar mudo, cego, surdo, e tudo mais! Chega!

domingo, 5 de outubro de 2008

Poucas Palavras!


O que dizer quando tudo está dito? As vezes sorrimos, outras choramos, outras ficamos cépticos a espera de algo mais! Mas, o importante é dizer. As palavras que não são ditas, são sentidas. E aqueles tolos que pensam que controlam, que está tudo bem! E depois erros aparecem, malas sao feitas, e a casa não é mais lar doce lar!
Poucas palavras digo, poucas palavras sejam ditas em profecias! Eu tu nós vós eles acordem! O mundo é tao pequeno, e nós ainda mais pequenos somos! Saiam porta fora, gritem com pleno uso dos pulmões, olhem nos olhos, deem laços! Porque o laço não morre! Ele fica, nem que seja apenas um cheiro, um moviento, um olhar, um beijo!
Não se assustem, não corram, somos invencíveis! A tristeza tem vergonha de aparecer, a dor é dor mortal, fugaz e simples, sem ela não estamos vivos, mas a morte, essa, essa tem inveja de nós!

Farto


Momentos inesqueciveis, palidos, mórbidos! Repetem-se em cada passo, em cada face, em cada olhar. Enquanto as lágrimas vagueiam no ar, a espera de repouso, uma campa, o chão, duro e escuro. A cara doi! Doi mesmo, o estomago rebola e rebola, sem calma, sem sossego. A cabeça explode em pensamentos, enquanto palavras disparatadas e divagadas são expelidas em gritos infernais de agonia!
O que sou eu? O que és tu? Que realidade é esta? Deixem-me viver, soltem-me porra! Que correntes tão fortes, tao pesadas! Sinto-me fraco, não posso, não consigo, porque? Porque? Porque é que estou a cair?PORQUE?
E no chão me encontro, nada mais sou que uma lágrima! E agora sou feliz, sou o sofrimento libertado por outro, sou a sua fuga! Tenho um propósito! Tenho um ser.

Eutanásia!


Ofegantemente o mar abraça a costa, como as costelas me pressionam os pulmões! Disperso-me, perco-me, e o meu rumo já não é o que era! E os sons misturados com os tons, já não são canções, são gritos, são estridentes
gritos que me afogam nesta solidão. E estes dias de espera, por algo que não aparece, aquilo que me completa, nem me
valeu a prece! O meu ar foge! A dor queima! A alma já está desfeita! O meu imundo corpo, que rastejando, percorre, valeta a valeta e a parte que mais
grita, é este pescoço, que pela corda da forca, chama e repete o mesmo apelo!Incompreendido! Inutil! Incapaz! Morto e vivo!

Censurado


“Estou calado, mas a escrita não fala, grita! Num tom tão ensurdecedor que não se ouve, apenas se sente!”

Censura, vista por uns, como algemas, negra e opressiva. Censura, vista por outros, como o equilíbrio, o manter a dignidade, a perseverança do ser.Tolo é aquele que acredita numa destas duas opiniões.Ignorante é aquele que não liga a um dos graves problemas vivido na Terra. Para uma visão mais apurada, imaginemo-nos como um crente em Deus, até mesmo pela religião Cristã! Se Deus disse que o homem era livre! Porque calá-lo? Infeliz é aquele que faz o papel de Deus... nenhum homem deve censurar outro, a não ser que a pessoa seja incapaz de assumir o comando dos seus sentidos, principalmente, o da fala.A censura do homem é o medo do outro, o homem mais fraco e só, é aquele que ouve e finge não ouvir as opiniões e elogios maus, fracos e cruéis. Mas vejam que todas as criticas são para o nosso bem, só melhoramos quando nos apercebemos que estamos mal, e os outros colegas de vida é que nos dão a conhecer e a ver o que realmente precisamos.Ao redigir este texto, até a mim me parece que estou contra a censura. Talvez até seja verdade, talvez não, pois ao dar a conhecer a minha opinião já estava a censurar aqueles de opinião diferente! A censura pode ser bem usada, mas não em demasia e muito raramente. O ser humano estabeleceu princípios simples e são esses que devem ser respeitados. Eu fico neutro em relação à censura, tanto na política, como na família, como em amigos, eu digo o que quero, mas também respeito. O respeito é a minha própria censura, e basta!